sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

EFEITO ESTUFA


Oficialmente ainda não é verão, mas o calor já assusta. Na média, Santa Rosa tem sido o lugar mais quente do RS. A sensação é de que, a cada ano, a temperatura aumenta. Não por acaso, esses escaldantes dias nos levam à seguinte inquietação: seria consequência do efeito estufa? Talvez. Antes, porém, dessa despretenciosa análise, é preciso assentar que o demonizado efeito estufa tem também o lado bom: mantém as condições ideais à vida. Graças a ele, a temperatura média da Terra fica em 15 graus centígrados positivos. Sem ele, seria de 30º a 18º negativos. Isto é, promove o equilíbrio da atmosfera, ameaçada desde a Revolução Industrial (século XIX).
Não é de hoje que ambientalistas se preocupam com a agressão à atmosfera pela emissão de agentes de coerção radioativa. Fruto dessa pressão, a ONU realizou, no RJ, a ECO 92, a qual estabeleceu ser o meio ambiente responsabilidade de todos os Países. Em 1995, na Alemanha, realizou-se a 1ª Conferência que ratificou a ECO 92, sem, mais uma vez, resultado animador. Em 1997, no Japão, foi firmado o Protocolo de Kyoto, sem a adesão do então presidente Bush. Mas com Obama nada mudou. Os EUA, até bem pouco o País mais poluidor do Planeta (hoje, a China), não admitem prejudicar sua economia. Prejudicar a vida, sim.
Da ECO 92 até passar pelo Protocolo Kyoto, a ação da ONU, provocada pelos ecologistas, até aqui tem pálida contribuição para reduzir a emissão de gazes. É verdade que já nos livramos das propagandas subliminares (cigarro como sinônimo de sucesso; artistas charmosas, subreticiamente patrocinadas pela indústria do tabaco) e avançamos na formação de uma consciência ecológica coletiva. Também é de se saudar - e nisso a novidade - a ciência voltada para a vida, a qual estuda transformar poluição em combustível, com a promessa de gerar energia e limpar o ar, e de quebra, gerar lucro.
Sobre esse invento, cientistas ingleses da AIR FUEL SYNTESIS dizem ter o segredo. É um processo em que o ar atmosférico, combinado com soda cáustica, gera, como reação, CO2 (gás carbônico) puro. Depois, mediante corrente elétrica, é quebrado o CO2, transformando-o em carbono e oxigênio. O car bono misturado com hidrogênio forma os hidrocarbonetos, entre eles, a gasolina. Coisa cara, longe do nosso alcance, que o Planeta não pode esperar.
Por outro lado, estudos indicam que nosso clima se sustenta, hoje, em frágil equilíbrio. Segundo o relatório do IPEA/2008 - e desde lá nada mudou -, nas próximas décadas a temperatura pode subir entre 1,8º e 6º, com conseqüências catastróficas. Urge, pois, sair da retórica, cada um fazendo sua parte. Às vezes, através de coisas simples. A respeito, uma pergunta: nas reformas das praças, por que da primazia do concreto sobre o verde?
Para finalizar: o projeto de revitalização (ou que outro nome venha a ter) da Av. Expedicionário Weber merece aplausos.