Oficialmente
ainda não é verão, mas o calor já assusta. Na média, Santa Rosa tem sido o
lugar mais quente do RS. A sensação é de que, a cada ano, a temperatura
aumenta. Não por acaso, esses escaldantes dias nos levam à seguinte inquietação: seria consequência
do efeito estufa? Talvez. Antes, porém, dessa despretenciosa análise, é preciso
assentar que o demonizado efeito estufa tem também o lado bom: mantém as
condições ideais à vida. Graças a ele, a temperatura média da Terra fica em 15
graus centígrados positivos.
Sem ele, seria de 30º a 18º negativos.
Isto é, promove o equilíbrio da atmosfera, ameaçada desde a Revolução
Industrial (século XIX).
Não é de
hoje que ambientalistas se preocupam com a agressão à atmosfera pela emissão de
agentes de coerção
radioativa. Fruto dessa pressão, a ONU realizou, no RJ, a ECO 92, a
qual estabeleceu ser o meio ambiente responsabilidade de todos os Países. Em
1995, na Alemanha, realizou-se a 1ª Conferência que ratificou a ECO 92, sem,
mais uma vez, resultado animador. Em 1997, no Japão, foi firmado o Protocolo de
Kyoto, sem a adesão do então presidente Bush. Mas com Obama nada mudou. Os EUA,
até bem pouco o País mais poluidor do Planeta (hoje, a China), não admitem
prejudicar sua economia. Prejudicar a vida, sim.
Da ECO 92 até passar pelo
Protocolo Kyoto, a ação da ONU, provocada pelos ecologistas, até aqui tem pálida
contribuição para reduzir a emissão de gazes. É verdade que já nos livramos das
propagandas subliminares (cigarro como sinônimo de sucesso; artistas charmosas,
subreticiamente patrocinadas pela indústria do tabaco) e avançamos na formação
de uma consciência ecológica coletiva. Também é de se saudar - e nisso a
novidade - a ciência voltada para a vida, a qual estuda transformar poluição em
combustível, com a promessa de gerar
energia e limpar
o ar, e de quebra, gerar
lucro.
Sobre esse
invento, cientistas ingleses da AIR FUEL SYNTESIS dizem ter o segredo. É
um processo em que o ar atmosférico, combinado com soda cáustica, gera, como
reação, CO2 (gás carbônico) puro. Depois, mediante corrente elétrica, é
quebrado o CO2, transformando-o em carbono
e oxigênio. O
car bono misturado com hidrogênio forma os hidrocarbonetos,
entre eles, a gasolina. Coisa cara, longe do nosso alcance, que o Planeta não
pode esperar.
Por outro lado, estudos
indicam que nosso clima se sustenta, hoje, em frágil equilíbrio. Segundo o
relatório do IPEA/2008 - e desde lá nada mudou -, nas próximas décadas a
temperatura pode subir entre 1,8º e 6º, com conseqüências catastróficas. Urge,
pois, sair da retórica, cada um fazendo sua parte. Às vezes, através de coisas
simples. A respeito, uma pergunta:
nas reformas das praças, por que da primazia do concreto sobre o verde?
Para finalizar: o
projeto de revitalização (ou que outro nome venha a ter) da Av. Expedicionário
Weber merece aplausos.