DESTAQUE 2014
Falar
sobre pessoa da família gera um certo desconforto. Falar sobre as
qualidades de familiar, então, pode soar exibicionismo. Mesmo correndo o
risco de ser mal interpretado, resolvi falar sobre um dos homenageados
na última EXPOINTER, em Esteio, o ANACLETO L. GIOVELLI. Ele recebeu o prêmio “DESTAQUE BADESUL/EXP0INTER 2014”. Na placa comemorativa que lhe foi entregue, está consignado “GESTÃO, EMPREENDEDORISMO, OUSADIA E COMPROMETIMENTO, ELEMENTOS INDISPENSÁVEIS PARA O SUCESSO”.
A
distinção em comento se deveu à excelência do projeto de irrigação
agrícola que o Anacleto implantou em sua propriedade, no município de
Santo Ângelo, a começar pela formação da barragem de captação com o
aproveitado de água, exclusiva, de uma fonte que nasce em meio uma mata
que preserva, mesmo que sua terra, em uma das divisas, margeie o Rio
Comandaí em mais de 3 quilômetros de extensão.
Embora
tenha ao longo da vida desempenhado diversas funções (professor,
orientador educacional, delegado de educação, prefeito etc), o Anacleto
sempre se manteve fiel à sua origem rural. Por isso, tudo quanto
amealhou nas atividades desempenhadas empregou na agricultura, ora
ampliando a propriedade, ora investindo em melhorias como correção de
solo, adoção do plantio direto e, agora, na irrigação.
Sobre
a implantação do projeto de irrigação, que lhe rendeu a comenda,
Anacleto se declara entusiasta. Dinheiro para financiar projetos existe,
com juros e prazos compatíveis. No entanto, segundo ele, um dos grandes
entraves é a energia elétrica, ou porque não existe ou porque é
monofásica ou bifásica. O outro obstáculo está a burocracia: são muitos
os órgãos públicos tratando do assunto, e o pior, a maioria sem
conhecimento suficiente para fazer a proposta avançar.
O
conhecimento que adquiriu na área, e que lhe rendeu o título “Destaque
Badesul/Expointer”, o Anacleto ofereceu, gratuitamente, à Região.
Ninguém se interessou, exceto a Prefeitura de Ten. Portela. Confirma-se:
“Santo de Casa não faz milagre”.
Enfim, o prêmio faz justiça a quem, quer na profissão, quer no voluntariado, tudo quanto faz é com paixão.
CASAMENTO GAY
O CTG Sentinelas do Planalto, de Livramento, foi incendiado. O motivo salta à calva:
impedir que no local a Juíza Carine Labre realizasse casamentos mulher
com mulher, homem com homem. A propósito, não tenho nada contra essas
uniões. A vida íntima de cada um é a vida de cada um. No entanto, por
que tanta exposição tratando-se de evento íntimo? Por que os gays de
Livramento deveriam se casar em uma sociedade privada, conservadora?
Sou
do tempo em que homem casava com mulher e vice-versa. É da nossa
cultura a união entre pessoas de sexo diferente. Eu não tenho
preconceito contra os gays, até porque, estou convencido, eles não o são
por opção. Homossexual nasce assim. Clodovil dizia que quando morresse
teria uma conversa com Deus para saber por que o Criador o fizera
homossexual. Mas que é estranho aos nossos costumes a união de pessoas
do mesmo sexo, é. E sendo celebrada em um CTG, mais ainda.
No
caso, a Juíza quis: 1º, aparecer; 2º, provocar a ira das pessoas que
têm, no seu CTG, um porto seguro na tradição familiar. Ora, realizar uma
cerimônia que quebra um paradigma familiar não é semear harmonia; é
semear discórdia.
Os CTGs
nasceram para cultuar tradições. São sociedades com regras rígidas, mas
dentro da lei. Logo, casamento de pessoas do mesmo sexo não faz parte
da tradição gaudéria. Portanto, não tinha a Juíza o direito de
determinar que, em um local não público, fosse realizada a badalada
cerimônia.
A
função de um Juiz é dirimir conflitos. Lá, ao contrário, ela gerou
conflito. Se Sua Excelência tivesse promovido a cerimônia em sua casa,
por exemplo, ninguém teria se incomodado. Fica, pois, a sugestão para o
futuro.
Deplorável,
ainda, os custos do evento aos Erários estadual e federal. Para a
cerimônia, estiveram em Livramento uma ministra da Dilma e uma
secretária do Tarso, com seus respectivos assessores. Deve ser porque os
cofres públicos estão abarrotados de dinheiro.