quinta-feira, 12 de abril de 2018

“QUE BRASIL VOCÊ QUER PARA O FUTURO?”


A TV Globo, inclusive orientando o interlocutor para como obter o melhor ângulo para a selfie que acompanhará a resposta à pergunta por ela formula, “Que Brasil Você Quer Para o Futuro?”, ausculta os brasileiros sobre o que esperam dos candidatos às eleições de 2018 - deputados, senadores, governadores e presidente. Nas manifestações oriundas das diferentes cidades brasileiras, a maioria das prioridades eleitas pelo telespectadores dos 30 segundo concentra-se em saúde, educação e segurança.
As respostas correspondem ao clamor popular. No entanto, cuidado! Elas contemplam generalidades subjetivas. Ora, pouco adiantará o morador do Norte dizer que quer saúde, pois o mesmo quer o morador do Sul ...; ou o morador do Sul dizer que quer educação, pois o mesmo quer o morador do Leste ...; ou o morador do Leste dizer que quer segurança, pois o mesmo quer o morador do Oeste ... Quer dizer, são problemas comuns, antigos, que todos os candidatos defendem da boca para fora.
Ocorre que propostas genéricas se esboroam quando servem para todos os candidatos. Vira discurso sem garantia de vir a ser honrado, porque de nada adianta uma justa aspiração nas mãos de candidato despreparado ou corrupto. Ora, não dá para acreditar que, políticos e empresários que saquearam o Brasil (Lava-Jato, Mensalão etc), uma vez eleitos, se tornem honestos por osmose. A propósito, minha mãe dizia: “quem rouba um palito de fósforo, rouba uma caixa do elemento químico “P”. Semianalfabeta, Zelinda, é claro, não era escorreita na pronúncia nem no conteúdo da expressão - dizia “róba” ao invés de rouba; “fosfro” ao invés de fósforo; e elemento químico “P” nem conhecia. Isto é, tropeçava no vernáculo e na expertise, mas não na moral - ao contrário do que ocorre com nossos dirigentes, faz tempo.
Volto ao ponto. Cairá no vazio a voz das 5.570 cidades se seus representantes se limitarem a generalidades, que se sabe são prioridades faz muito - friso - da boca para fora. Por isso, prefiro propostas que separem o joio do trigo, dando nome aos bois. Sem isso, repetir-se-á o ditado - judaico, se não me engano: “de boas intenções o inferno está cheio”, alusão à gratuidade de opinião sem correspondência prática.
Fora da telinha, dou meus palpites: a Lei da Ficha Limpa é um grande avanço, mas insuficiente enquanto: 1) o STF, os Tribunais e Contas (Estados e União) etc forem compostos por nomeados políticos; 2) existir reeleição; 3) partidos se refocilarem c/ dinheiro público; 4) nos programas eleitorais forem protagonistas os marqueteiros, não os candidatos; 5) 45.300 brasileiros tiverem foro privilegiado, contra: Alemanha = 1, EUA = 0; 6) ex-governadores, por 1 mandato, tiverem pensão vitalícia; 7) cada ex-presidente tiver 8 assessores - eram 6, Lula criou + 2; 8) cada deputado federal tiver (dados de julho/17) mais de 20 assessores de livre nomeação e, na Câmara, + 3.072 servidores efetivos e 1.640 CCs a seu serviço, contra 2 assessores por deputado na Itália; 10) imperar o presidencialismo de coalização - o toma lá, dá cá.
....//...
Disse aqui, na semana passada, que a admissibilidade de HC condiciona-se a duas hipóteses: 1) ilegalidade do ato ou 2) abuso de poder - que, no caso Lula, inexistiam. Logo, a denegação do habeas corpus, apesar do STF que temos, foi correta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário