quarta-feira, 9 de maio de 2018

MUSICANTO EM NOVA FASE

O título é a síntese daquilo que o articulista quer dizer. Pelo menos, do que pretende dizer. Para o título do artigo de hoje, inicialmente pensei em Musicanto em Nova Formatação. Percebi, porém, que se falasse em formatação poderia ser (mal) entendido como defensor de mudança da concepção original do nosso festival maior. Portanto, Musicanto em Nova Fase acho que ficou mais adequado à mudança em curso, porquanto o evento orgulho dos santa-rosenses apenas deixou de ser realizado sozinho, com programação sua, independente, para se tornar evento parte da Feira Nacional da Soja, sem, todavia, que à consagrada Fenasoja se subordine. Maquiavel recomendava dividir para reinar. No caso, a receita é somar para crescer.
Enfim, estamos em pleno Musicanto, agora como parte da Fenasoja, mas sem perder sua essência. É uma novidade. É uma experiência. Mas tem tudo para dar certo. Acho que Fenasoja e Musicanto são eventos que podem se completar. Essa proposta não está pronta, acabada. Aliás, o Musicanto é um projeto em permanente construção. Somente daqui a duas ou três edições se terá uma radiografia da parceria.
A ideia de realização simultânea dos eventos, defendi nos primórdios do Musicanto, como lembrou o Luiz Carlos Borges em entrevista à Rádio Noroeste: “O meu compadre Aquiles Giovelli, que presidiu o Musicanto em quatro ocasiões, chegou a sugerir isso, só que não avançou, na época”. Tenho que a ideia de ontem é a mesma de hoje; as condições financeiras é que mudaram. Portanto, as dificuldades atuais estão unindo as pessoas e, pelo princípio da racionalidade, também os eventos.
Fenasoja e Musicanto realizados simultaneamente, somam. É como penso. Assim, estamos vivendo a 1ª experiência dessa união. Outras serão necessárias para um diagnóstico definitivo. Por ora, as dificuldades financeiras estão dando o tom, e, se for mantida a afinação revelada neste ano entre Fernando Kaiber (Musicanto) e Alexandre Maronez (Fenasoja), o resultado final será um renovado concerto.
O exemplo de parceria do Musicanto, um dos raros festivais sobreviventes do movimento da década de 1980 no RS, poderá se expandir. É que, dos quase cem festivais de música espalhados pelo Estado, apenas em torno de 10% resistiram. Todos que desapareceram foi pela falta de recursos financeiros. Como parte desses municípios que desativaram seus festivais nativistas também tem suas feiras, Santa Rosa abre a porta e inspira outros municípios a seguirem o exemplo de parceria.
Estamos em tempo de concerto musical e afetivo. Concerto pela qualidade e diversidade das canções classificadas, entre as quase 800 inscritas, em apresentação no novo palco. Afetivo porque proporciona o reencontro das pessoas identificadas com a promoção cultural através da criação artística. Com 24 canções, o Musicanto começou ontem, continua hoje e se encerra amanhã com a premiação das melhores.
No Parque de Exposições Alfredo Leandro Carlson, o Musicanto perde um pouco do seu glamour, mas ganha em acessibilidade e popularidade. No passado, fui criticado por lá realizar as 21ª e 23ª edições do Musicanto. Mas disso nunca me arrependi.
Vida longa para a parceria; eterna, de preferência. É o que desejo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário