segunda-feira, 17 de setembro de 2018

DISCERNINDO DIFERENÇAS

O filósofo Olavo de Carvalho, autor, entre outras obras, de A Nova Era e a Revolução Cultural, O Jardim das Aflições, O Imbecil Coletivo, Aristóteles em Nova Perspectiva, A Dialética Simbólica e O Que Você Precisa Para Não Ser Idiota, é um pensador reconhecido mundialmente, menos pela esquerda preconceituosa daqui. Pois ele, há poucos dias, publicou artigo - para pessoas, é claro, com espíritos desarmados - colocando as virtudes éticas acima do culto pelo culto à personalidade. Diz: “Você percebe que um país está falido moralmente quando a candidatura de um militar à presidência assusta, e a de um presidiário não.” Mutatis mutandis, pela análise de Olavo, seria execrar Saul Liberalli, se vivo, e exaltar o ‘probo’ Sérgio Cabral.
O militar a quem se referiu Olavo, é Bolsonaro; o presidiário, é Lula. Eu, a propósito, não vejo o candidato do PSL como modelo de polimento e cultura - mas ninguém poderá negar: é ficha limpa. Já o iletrado ex-presidente (PT), é esperto e sedutor com seu discurso populista – mas, também, ninguém poderá negar: é ficha suja. Porém, para os defensores incondicionais do lulismo, com a cumplicidade da grande mídia, o militar é um monstro enquanto o ex-presidente e ex-candidato a presidente é benfeitor.
Isso prova a inversão de valores em que estamos envoltos, na política e noutras áreas. Outrossim, no episódio que, por pouco, não ceifou a vida de Bolsonaro, ouvi, de todos os candidatos seus concorrentes à presidência da República, solidariedade à vítima e repúdio ao atentado à democracia. Ora, com as devidas vênias de quem venha a interpretar esse comovente apoio de forma diferente, poucas vezes ouvi tanta hipocrisia política em um único momento. Cá entre nós - e que ninguém nos ouça -, a mim, as expressões de solidariedade à vítima e repúdio ao agressor, soam oportunismo. O que a maioria gostaria, mesmo, seria Bolsonaro longe da disputa.
É que a hipocrisia é parceira inseparável da política brasileira, agravada, nos últimos anos, com a introdução na linguagem política nacional da expressão “nós somos diferentes” – traduzida em: nós, os bons; eles, os maus. Ah, sobre o incidente de MG, uma pergunta não quer calar: se o atentado praticado por Adélio Bispo - desempregado, pobre, vivendo como rico e, de imediato, defendido por 4 advogados renomados -, tivesse sido contra a vida do Lula, como se comportariam PT, CUT, MST e asseclas? Respondo: teriam “incendiado” o País para reparar o atentado.
Por outra, a provar que a Justiça é - como deve ser - igual para todos, vimos 4ª-feira a prisão de Beto Richa, ex-governador/PR (PSDB) e candidato ao Senado. Quer dizer, essa Operação não persegue, mas apura e, provado, pune corruptos. É um divisor de águas (limpas e sujas). Por isso, Lula, como água suja que é, está fora do pleito. Já o seu substituto, F. Haddad, ao assumir a campanha presidencial exibe o substituído Lula como um troféu em seu espaço eleitoral, enquanto esconde, paradoxalmente, Dilma. Ora, o governo PT, iniciado 2003, terminou, com o afastamento de Dilma, em 2016. Aliás, continua com Temer, pelo menos no campo delituoso.
Sei que, com este comentário, estou desagradando, inclusive amigos. Paciência! Meu papel despretensioso é o - sem sê-lo - do intelectual: discernir diferenças.

Nenhum comentário:

Postar um comentário