terça-feira, 2 de abril de 2019

COISAS DOMÉSTICAS

Assuntos de alta indagação a nível nacional, não faltam: novo governo, prisão e rápida soltura de Temer etc. A nível estadual, também: novo governo, velhos problemas. Bolsonaro resistente em ceder cargos em troca de apoio à reforma da previdência em andamento na Câmara Federal. Temo que essa postura venha a inviabilizar essa e outras reformas que o Brasil reclama. Ocorre que entre os poderes Executivo e Legislativo funciona, desde sempre, com amplitude a partir do Lula, uma relação promíscua: o toma lá, dá cá, ou seja, o troca-troca nada republicano. A propósito, não se pode esquecer que se trata de cultura arraigada no País, rejeitada - o que é mais grave - apenas por parcela inexpressiva de deputados e senadores. É claro que se as nomeações, por indicações de parlamentares, privilegiassem a qualidade e a ética, não haveria censura. Afinal, apoiar por apoiar só os abnegados fazem. O ônus da defesa incondicional do governo, sem bônus, é suicídio político.
Hoje, no entanto, quero dar ênfase a tema local: a reforma do Centro Cívico Antônio Carlos Borges. Depois de 40 anos, o “elefante branco”, maldosamente denominado pelo saudoso Erani Muller, clama por recuperação. Será um investimento de R$ 600.000,00, de recursos ferais, com a contrapartida R$ 50.000,00 do Município. É obra que, em geral, os gestores públicos não fazem - preferem obra nova onde fixam placa comemorativa. Por isso, saúdo a Administração Municipal e, aproveitando o gancho, acho que no Centro Cívico poderia ser feito mais que consertos - corrigir um pecado original: seu palco diminuto. Foi nesse sentido que, na semana passada, me dirigi ao prefeito Vicini e ao secretário Rufino. É que o palco, por ser pequeno, não comporta shows com artistas numerosos a um só tempo. O da OSPA, por exemplo. Tal carência, entretanto, poderá ser minimizada, estendendo o palco até a divisa com a Rua S. Dumont, em espaço morto de aproximados 60 m2 pertencente ao auditório.
Já fiz muitas sugestões a prefeitos. Uma que sensibilizou o prefeito Orlando Desconsi, foi em 2009 quando ele ultimava a renovação do contrato com a Corsan. Sobre água e esgoto, por serem fontes expressivas de receita, eu me opunha à determinação governamental de então; defendia, em 1º lugar, a exploração desses serviços pelo Município; e, somente em 2º lugar, a contratação por licitação pública, da qual a Corsan poderia participar. Orlando optou pela contratação direta, posto que, entre entes públicos (Município e Corsan), é dispensada a licitação. Ignorou ser a estatal empresa pesada e cara (tarifa). No entanto, diante de fato consumado (decisão do prefeito de renovar sem licitação), sugeri uma cláusula de até R$ 100 mil/ano para o novo contrato. Levada à Corsan, foi aceita, gerando o Inc. XXIX (cláusula 22ª): “Investir, na qualidade de patrocinadora ou apoiadora de eventos oficiais do Município, até o limite de R$ 50.000,00 por ano compondo este valor até R$ 20.000,00 em projetos incentivados pelo PROGRAMA NACIONAL DE APOIO À CULTURA (Lei Rouanet), reajustável pelo IGP-M, devendo os eventos ser revestidos de caráter educativo, ambiental, informativo, ou de orientação social.”
A sugestão original - valor até R$ 100 mil, que era exclusivo para o Musicanto, foi alterada, mas o mais importante é que, corrigidos os R$ 50 mil, ao final de 25 anos, terá ingressado para a cultura local mais ou menos R$ 1.600.000,00. Minhas sugestões aos casos, anterior e atual, são porque acredito na força das ideias. É delas que nascem as obras. Mas, confesso: Santa Rosa é carente de pensadores. Logo, é carente de ideias. Aliás, não tem pensadores. Ah, que falta faz o Willy Klaus!

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