segunda-feira, 20 de agosto de 2018

A COPA DA RÚSSIA

A Copa do Mundo da Rússia chegou ao fim no último domingo com a seleção da França sagrando-se campeã. Também não seria injusto se a vencedora tivesse sido a Croácia ou a Bélgica. Essas três seleções foram as melhores do torneio. No topo da competição, nenhuma, portanto, da América do Sul. Assim, concluído o campeonato, as delegações retornaram para casa. Aliás, a nossa um pouco antes com poucos dos seus atletas. A maioria ficou no exterior. Pelo menos, nossos atletas não foram vistos. Ou, ainda, o povo nem percebeu fim da competição para nós, o que mostra o abismo que separa o povo dos jogadores da seleção. É isso que vem me intrigando faz tempo.
Acompanho nossa seleção desde 1958, as duas primeiras copas do mundo através do rádio. Neste ano, o entusiasmo do povo, no qual me incluo, diferentemente das edições esportivas antigas, foi para lá de frio. Na competição de 2018, quando o Brasil muito cedo foi mandado embora, não notei tristeza, mas, antes, indignação com os atletas, mormente com o Neymar cai, cai, hoje motivo de chacota mundo afora. Ora, quando isso acontece, perquirir as causas se impõe. Começo com a pergunta: onde atuam os atletas da CBF? Quase todos no exterior, o que torna frio o vínculo atleta-Pátria. Mas aqui teriam mercado de trabalho? Sim, apenas que com salários menores.
Portanto, jogar no exterior é opção dos atletas, o que leva à conclusão de que para eles a prioridade é econômica. Logo, representar a Pátria é secundário. Chegar à seleção, como todos os jogadores aspiram, é também a busca de status para o acesso a uma privilegiada elite. Então, a Pátria não é prioridade. Assim, o futebol-arte de Garrincha, Pelé ... cedeu lugar ao futebol-Euro. Para “tanto amor” o Real é fraco.
Essa inquietação me foi fustigada pela enquete de jornalistas com jogadores da Croácia, referência de dignidade na Copa recém finda. O encantamento mundial para com o País de apenas 4,1 milhões de pessoas, que sofreu grandes perdas humanas e materiais na guerra pela independência da Iugoslávia (1991-95) - para os seus atletas é obra do seu nacionalismo. É da Croácia, ainda, o exemplo que o Brasil deveria copiar. Sua presidente, Kolinda Grabar, nos estádios junto aos torcedores, foi à Copa com despesas (viagem, hospedagem, ingressos etc) por sua conta. Que exemplo!
Da nossa delegação só se ouve falar - fora aquilo que é ocultado - de mordomias da Fifa e do governo. Por exemplo, para o voo que conduziu nossa delegação do Rio a Londres, o avião de 261 assentos foi adaptado para 100 lugares. O prêmio, preocupação máxima dos nossos “heróis”, foi previamente acertado em R$ 1 milhão para cada um, caso a seleção conquistassem o hexa. Fico aqui, mas teria ... m a i s.
Por essas e outras, caí na real. Não idolatro nossa seleção, e não é pelo pífio futebol apresentado na Rússia do Vladimir Putin; é porque os boleiros convocados não me representam. Eles, sem problemas, não estão nem aí para as mazelas do povo. Já o Tite, também pode/deve ser questionado. Afinal, convocou jogadores de duvidosa qualidade técnica, escalou mal e mexeu pior ainda. O caxiense - de cultura geral inquestionável e, ao que parece, correto - levou um nó tático dos outros treinadores do mesmo torneio. Demonstrou estar no nível dos outros técnicos brasileiros, que é baixo.

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