segunda-feira, 20 de agosto de 2018

FEIRA DO LIVRO

Na próxima segunda-feira, dia 6, terá início mais uma Feira do Livro de Santa Rosa com término sexta-feira, dia 10. Será a 14ª edição consecutiva, o que demonstra o êxito do projeto que, sem alarde, nasceu em 2005 pelas mãos de Alcides Vicini, hoje novamente prefeito, ganhou dimensão além do que previram seus idealizadores e provou que havia um espaço vazio à espera de alguém que o preenchesse. Graças à feira, mais pessoas passaram a ler e, inclusive, a publicar obras. Junta-se, pois, em importância, cada um no seu pedaço, à Fenasoja, ao Musicanto, Hortigranjeiros etc.
Sem demérito, nossa Feira pegou carona na experiência de eventos similares. Por exemplo, a Feira de Porto Alegre só elegeu seu Patrono na 11ª edição, em 1965. Aqui, essa nomeação começou bem antes. Charles Kiefer ao ser nomeado Patrono da Feira de POA, disse que “Patrono era só a cereja em cima do bolo. Os primeiros patronos nem apareciam na Feira. Depois começaram a se envolver muito, embora não tenha nenhuma autoridade. É uma figura que é ouvida, sugere coisas, participa dos eventos.” Aqui, com a 1ª nomeação na sua 5ª edição, permito-me acrescentar que Patrono é função destinada a agraciar pessoas respeitáveis, preocupadas com a cultura. Em 2018, é Patrono da nossa Feira o santa-rosense de coração Paulo Heitor Fernandes (PHF como é sua marca), setentão irrequieto com espírito jovial.
Vejo, ainda, na feliz escolha do Patrono/2018, uma homenagem a santa-rosenses ausentes, nativos ou adotados, que fazem sucesso fora daqui. PHF, embora resida em POA faz décadas, tem sua cabeça em Santa Rosa e orgulha a terra que o adotou. Não por acaso, quando menos se espera, é visto nas ruas da cidade exibindo seus dotes atléticos. Leitor voraz, recorta artigos de jornais e os remete a meio mundo, além de obsequiar amigos com livros como forma sub-reptícia de incentivar a leitura. No seu escritório, no apartamento da Cel. Vicente, na capital, tem mais divisórias com pilhas de livros, jornais e revistas do que com paredes de tijolos, gesso ou tábuas.
Com a permissão do Paulo Heitor, trago à tona algumas passagens desconhecidas ou não lembradas do Patrono da 14ª Feira do Livro. Conheci PHF em l964, eu aluno da Fema, ele meu professor. Era perfeccionista. Falava, como até hoje, mais que o “Homem da Cobra” sem atropelar o vernáculo. Isso, criou reações. Arrisco dizer que a minha turma, em verdade, passou a temer o rigor das provas que - se antevia - aplicaria. Paulo, que era professor de favor e não por interesse, “pegou o boné”. Resultado: perdemos todos com sua saída, inclusive a maestria do professor que, no quadro negro, em um lado escrevia com a mão esquerda, no outro, com a mão direita.
Em 1972, PHF foi meu padrinho de casamento. Provocativo, no cartão que nos endereçou (Aquiles e Lenir), escreveu: “Para os insensatos noivos ..., felicidade total”. Outra: quando aqui residia, criou um programa de rádio que virou epidemia encenando infrações penais cometidas em diferentes ambientes sociais - algumas verdadeiras, outras imaginárias. No final, entrava um durão Delegado de Polícia sentenciando: “Teje Preso!”. Assim, associava deslizes - reais ou fictícios - a um picante humor. No caso, o infrator levava a pior. Era a lição moral diária na Guaíra.

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