segunda-feira, 6 de maio de 2019

OPOSIÇÃO (IR)RESPONSÁVEL

A imprensa local veiculou que o MDB não integrará a Administração Municipal de Santa Rosa como vinham, partido político e prefeito, conjeturando. No entanto, segundo Jair Almeida, presidente do Diretório local, não está descartada a coligação entre MDB e PP em 2020. Com isso, tem-se que a divergência passada está esquecida. Confirma-se, ainda, aquilo que a nível nacional já se sabia: PP, MDB, PSDB, PTB, PR, DEM, PDT, PSL são irmãos siameses. Aliás, até PT, PCdoB e PSOL, dependendo do caso, seguem a mesma toada. Em suma, partidos políticos são siglas sem ideologia. A nível local, o que se esboça é um arranjo unindo PP e MDB para ganhar a eleição de 2020. Unidos, os dois partidos têm chance de eleger o próximo prefeito; já, cada um com seu candidato, a chance penderá para o candidato que já tem um nome feito - que em política não se faz de uma hora para outra -, que, no caso, é o de Orlando Desconsi, que embora negue, é mais candidato do que nunca.
Disse o presidente do MDB que seu partido fará oposição responsável. Embora Jair não esteja sendo original, é forçoso admitir que, por essa lógica, até aqui a oposição fora irresponsável. Surpresa? Não. Imoral, sim. Mas é assim que funciona nossa política. Vejamos o que se tem a nível nacional. Pela 1ª vez desde que me conheço por gente um governo é montado de cima para baixo, ou seja, Bolsonaro formou uma equipe de ministros, diretores de estatais etc sem o aval dos políticos. Predominam técnicos e militares, o que não é da nossa cultura político-partidária. As consequências desse critério de escolhas já apareceram: inclusive a base aliada está votando contra os projetos do Poder Executivo. Portanto, o governo, sem o repugnante toma lá, dá cá, poderá vir a ser inviabilizado.
O governo tem o PT, PSOL e PCdoB sempre contra. Com apenas 15% dos deputados federais, parecem ser 85% da Câmara dos Deputados. Votam contra tudo e contra todos. Pois o pior é que também os congressistas apoiadores de Bolsonaro estão na mesma linha. Todos, em suma, estão pensando em si, não no Brasil, cientes de que as melhorias que advirem para o País com as reformas, a começar pela da Previdência, beneficiará Bolsonaro. Fernando Henrique Cardoso ensaiou a mesma reforma. Temendo desgaste, desistiu. Luís Inácio Lula da Silva, também. Pelas mesmas razões de FHC, deixou o assunto morrer. Dilma Rousseff e, depois dela, Michel Temer, chegaram a montar projetos de reforma, dos quais desistiram pela inviabilidade de aprová-los. Isso prova que a reforma é necessária, mas como, aos parlamentares, renderá mais votos sendo contra, ficam abraçados ao corporativismo, privilegiando uns poucos em prejuízo do todo.
O que se espera de deputados patriotas é que questionem, sim, os pontos duvidosos da reforma, apresentando, ao mesmo tempo, propostas alternativas. No entanto, se constata que são contra como se tudo estivesse errado. Para eles, o projeto Bolsonaro não tem uma vírgula certa. Ora, ser contra é fácil, difícil é ser propositivo. Falta, e muito, a nossos homens públicos o espírito de brasilidade. Enfim, apostam no quanto pior, melhor. Torcem para que tudo dê errado com Bolsonaro porque, com seu insucesso, será mais fácil derrotá-lo no próximo pleito. Logo, mais uma vez, desemboca-se na reeleição, um dos grandes males do Brasil. É que os detentores de cargos eletivos se preocupam mais com sua nova eleição do que com a Pátria amada.

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