quinta-feira, 21 de março de 2019

O CAOS TEM CULPADOS

O caos da Venezuela tem culpados, e não são apenas venezuelanos. Ora, quantas vezes nas últimas duas décadas ouvimos brasileiros defenderem ardorosamente Hugo Chávez, primeiro, e de Nicolás Maduro, depois, pela excelência do regime democrático que praticariam na Venezuela! Quantas vezes ouvimos nesses últimos anos defensores intransigentes de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff tecerem elogiosas comparações entre os governos do Brasil e da Venezuela, sob o argumento de que ambos seriam inspirados por elevado senso humanista! Quantas vezes também ouvimos vozes que se levantavam contra os mesmos governos serem sufocadas pelos defensores dos governos populares dos dois países, sob o argumento de que seriam, Venezuela e Brasil, administrados com elevado espírito social! Pois, passadas duas décadas, deu no que deu. O socialismo bolivariano – em verdade, ditadura comunista com vergonha de usar o nome - revelou-se um fracasso. Hoje, o povo venezuelano não tem água, comida, remédio, educação e, principalmente, liberdade, razão da fuga em massa daquela pobre gente rumo aos países do Continente. Agora, a ampliar a tragédia anunciada, tem apagão com suas consequências, inclusive mortes de doentes por falta de energia elétrica em hospitais em que estão internados. Porém, enquanto tudo isso ocorre, com Maduro transferindo sua responsabilidade aos EUA, caminhões com ajuda humanitária (alimentos e remédios) são impedidos de entrar no país pelo governo autodenominado humanista.
Enfim, o paraíso venezuelano acabou, salvo para os amigos do rei. Dirão aqueles que têm em Chávez e Maduro o desejo de consumo, que eles foram eleitos pelo povo. É verdade - aliás, meia verdade. Logo, mentira inteira. Foram eleitos em jogo de cartas marcadas em que só poderia ganhar o “cavalo do comissário”. Lá, nem Simón Bolívar, o libertador venezuelano, é respeitado. O chefe das revoluções que libertaram Venezuela, Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Bolívia do jugo espanhol podia ter todos os defeitos, mas comunista não era. Portanto, os dois últimos tiranos da Venezuela vêm usando indevidamente o nome do libertador de países sul-americanos.
Ora, tanto no Brasil, de Lula e Dilma, quanto na Venezuela, de Chávez e Maduro, foram os gastos a rodo e a corrupção sem precedente que jogaram seus respectivos países no caos atual. Isso sem contar com a agravante da estatização, o Estado ineficiente gerindo quase tudo. Outra grande semelhança entre esses governos está no paternalismo, um engodo como projeto de combate à pobreza - digamos, um mel nos lábios que adoça por instante para, a seguir, produzir amargor prolongado.
Por fim, o Brasil é credor de empréstimos concedidos para Venezuela e Cuba, mas, por justiça, lembro: começaram com FHC, tiveram continuidade e se multiplicaram com Lula. Faziam parte de esquema corrupto (operação casada) entre Brasil, Venezuela, Bndes e Odebrecht através de contrato - pasmem! - com cláusula de confidencialidade, como se, com dinheiro público, isso fosse ético. Não preciso dizer que esses generosos empréstimos, a juros subsidiados pelo Brasil e com o aval do Tesouro, também não retornarão aos nossos cofres. O calote já foi dado. Que beleza!

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