quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Objetivo alcançado

Meu objetivo ao escrever o artigo “O filho não, presidente!” - suscitar discussão sobre nossas embaixadas - foi alcançado. Muita gente me cumprimentou, dizendo que nunca antes pensara sobre o tema. Secundariamente - menos mal - alguns me empurraram à direita. Para me situar, invoco artigo que já publiquei, inclusive no meu 2º livro (p. 19):
“Etimologicamente, esquerda e direita nada têm a ver com o conceito atual. Nasceram com a Revolução Francesa quando os aliados do Rei se sentavam à direita do presidente da Assembleia e a oposição Republicana, à esquerda. Em suma, o que nasceu como ocupação física passou a ser espaço ideológico. Já, trafegando da teoria para a prática, como diz(ia) Paulo Santana, aí é que “preteia o olho da gateada”. Exemplos relacionados com alguns ex-prefeitos da Santa Rosa: 1) Giovelli (1969-1972) criou o Mutirão... O projeto decorreu da formação do então prefeito, à época recém graduado pela FaFi (embrião da Unijuí), da qual seus mestres eram religiosos de formação humanística. O Mutirão, um programa de esquerda, tem um porém: Giovelli, eleito pela Arena, é tido como de direita; 2) Erni (1983-1988) criou o Musicanto. Não foi dele ideia do festival, mas a abraçou e fez do evento tribuna de todas as tendências - nas canções e no palco. Sua 1ª edição foi vencida por uma canção de protesto ao Regime da época, “No Sangue da Terra Nada Guarani”, de Nelson Coelho de Castro: “Um grito de guerra/prá salvar a terra/para por os ‘gringos’/prá fora daqui”. Na 2ª edição, presidida por Alcides Vicini, então vice-prefeito, o destaque foi a presença da ativista comunista Mercedes Sosa. Quer dizer, o Musicanto é construção de esquerda. Só que também carrega um porém: o saudoso Erni e o atual prefeito (5ª vez), presidente do 2º Musicanto, foram da Arena, PDS, PP. Por isso, ambos considerados de direita; 3) Julio (1997/2000), militante da esquerda da adolescência até seu prematuro passamento, foi eleito pelo PMDB coligado com o PDT e PPS. Contrariando sua origem e os partidos que o elegeram, o saudoso prefeito tinha alergia pelo Musicanto. De Santa sa vou para Cuba e Chile. Os ditadores Fidel (esquerda) e Pinochet (direita) cometeram atrocidades. No caso, existe diferença entre esquerda e direita? Nenhuma, salvo para quem ditador de esquerda é bom e de direita é mau, e vice-versa.”
Volto ao ponto: 1) Vivo o Musicanto desde sua gestação; 2) sou contra o aborto - a esquerda é a favor; 3) sou contra a pena de morte - a direita é a favor; 4) defendo Moro - líderes da esquerda e direita são contra porque, entre os punidos pelo ex-juiz, estão seus corruptos de estimação. A propósito, M. Vargas Llosa (Prêmio Nobel de Literatura, defensor de Fidel Castro no início, crítico depois), sobre a Lava-Jato, diz: “não haveria punição dos cúmplices não houvesse um juiz fora do comum, Sérgio Moro, que abriu a caixa de Pandora”, acrescentando “aliás, é um milagre que ainda continue vivo”.
Entre esquerda e direita, prefiro a voz da consciência. No entanto, se fosse obrigado a escolher, ficaria com a direita, porque a esquerda é preconceituosa. Exemplo: Marco Pollo Giordani (natural de Pessegueiro, S. Rosa - advogado e escritor) teve, com sonegação de motivo, negada sua inscrição na OAB/RS, só a obtendo via Justiça. Motivo: quando militar, cometeu o “crime” de ser do Serviço de Inteligência (Regime/64).

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