quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Onze semideuses

Felipe Recondo e Luiz Weber lançaram o livro Os Onze. Pela sinopse, conheceremos a face oculta do STF e dos seus 11 ministros. Já sabemos muito, mas nem tudo. Sabemos que em 2018 Luís R. Barroso, provocado por Gilmar Mendes, disse-lhe: “Você é uma pessoa horrível. Uma mistura do mal com o atraso e pitadas de psicopatia”; que Gilmar, ao saber que ele e Toffoli estavam na mira da Lava-Jato, contra-atacou dizendo “Se a Lava-Jato faz isso com a Corte, o que não faz com as pessoas”? Não, ministro, a Lava-Jato nada fez contra pessoas do bem, muito menos contra a Corte; apenas buscou informações sobre malcheirosos ministros. Outra: que Alexandre de Moraes (ex-PSDB) suspendeu uma fiscalização de 134 contribuintes pegos na malha fina - entre eles, Gilmar, por “não haver irregularidade”. Ora, se os dados são sigilosos, como concluiu nada haver? Vossas Excelências - Gilmar, cria do Sarney; Toffoli, cria do Lula; e Moraes, cria do Temer - não estão acima da lei. Enfim, saberemos quantos ministros resistiriam à divulgação de gravações de suas conversas com advogados que atuam no STF.
Antes do Petrolão, foi o Mensalão do PT. Na época, Gilmar acompanhou o Relator, Joaquim Barbosa. Postura também favorável à sociedade teve quando o STF discutiu prisão a partir da condenação em 2º grau. Agora, ao serem atingidos seus amigos (MDB/ PSDB), Gilmar mudou. Mas, antes, já afrontava a sociedade: em 2008 mandou soltar Celso Pitta, Naja Nahas e Daniel Dantas - condenados por desvio de verbas públicas, bem como arquivar investigação a José Serra e Pedro Parente; em 2009 concedeu HC a Abdelmassih, acusado por mais de 50 crimes sexuais, e liberou Marcos Valério. Também, ao trocar farpas com Joaquim Barbosa, deste ouviu: “Vossa Excelência está destruindo a Justiça”; em 2014 criticou o TSE por negar registro ao impoluto candidato Maluf. Em 2016 devolveu ao procurador-geral da República pedidos de investigação contra Aécio e pediu cautela na aplicação da Lei da Ficha Limpa, dizendo: “estamos dando para instituições poder que elas precisam para fazer chantagem”; em 2017, em menos de uma semana, soltou Eike Batista condenado (Lava-Jato) a mais de 30 anos.
Já a decisão do STF, negando a transferência de Lula para Tremembé, é sintomática. Tem sabor de aperitivo para um lauto jantar: acabar com a Lava-Jato. Somos todos iguais - porém, para capas-pretas do andar superior, pelos favores que devem a quem os nomeou, e todos que os nomearam (Collor, Sarney, FHC, Lula, Dilma e Temer) têm rabo preso - alguns são mais iguais. Logo, o próximo capítulo será anular os processos paridos pela Lava-Jato. O pretexto - sem base jurídica - seriam as conversas Moro e Dallagnol. Em suma, adversários e, até, inimigos se juntaram por uma causa comum: destruir a Lava-Jato, cujo objetivo final, embora neguem, é, para: o PT livrar Lula, J. Dirceu ...; o MDB livrar Temer, Sarney ...; o PSDB livrar FHC, Aécio ...; o Congresso, livrar Collor, Renan, Gleisi, Jacques; Gilmar, Toffoli, Moraes ... defesa em causa própria.
Alheia aos casos acima, é comovente a situação do min. Toffoli: ganha R$33 mil/mês e paga à ex-mulher R$50 mil/mês. Para cobrir a diferença e viver, tornou-se dependente da atual mulher, a advogada Roberta Mª Rangel (que tem entre os clientes Queiroz Galvão e Andrade Guterrez - Petrolão), da qual recebe uma mesadinha: R$100 mil/mês.

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