quarta-feira, 4 de julho de 2018

A FAVOR OU CONTRA

Aproxima-se mais um pleito eleitoral. Dos muitos pré-candidatos aos executivos estaduais e federal, salvo melhor juízo, as propostas são muito mais de destruir do que para construir. Ao invés de ideias, a radicalização “sou a favor” ou “sou contra”. Até parece que os partidos políticos que avalizam as candidaturas compõem-se, de um lado, do grupo do aplauso, e do outro, do grupo do repúdio. Ora, isso não traduz programa de governo, mas radicalismo e imediatismo. Mas é como está posto o debate, pois os postulantes aos cargos executivos do pleito eleitoral que se aproxima não se submetem a seu partidos. Mas, afinal, o que representam os partidos políticos? Quase nada. Não por acaso, cresce a ideia de candidaturas avulsas - postulantes a cargos eletivos sem filiação partidária. A derrubada da Lei do Plebiscito, sepultando uma ideia democrática, consagra o imediatismo eleitoral e ratifica o radicalismo.
No Brasil, o partido que mais tem seguidores cativos é o PT, mas muito mais pela idolatria ao seu líder máximo, Luiz Inácio Lula da Silva, do que pelas ideias do ex-presidente. Some-se a isso a paixão incondicional que Lula desperta nos seus militantes pela falsa perspectiva de retornar ao poder. Não por acaso, seus seguidores juram que, embora condenado dentro dos cânones legais, Lula seria um perseguido da Justiça. No entanto, o “mais honesto” já recorreu até a Organização das Nações Unidas, sem êxito. Aliás, o recurso teve efeito contrário; serviu para avalizar a condenação imposta a Lula por Moro, ratificada, com aumento da pena, pelo TRF4.
Volto ao ponto: ser a favor ou contra é fácil. Difícil é sustentar, ética e coerentemente, a opção. Exemplo, o Plebiscito: os deputados do PSDB e do PTB - exceto Zilá e Classmann - defensores da privatizações da CEEE, CRM e Sulgás, votaram contra o projeto do Sartori sob a alegação de pouco tempo para o povo decidir. Vamos combinar: a motivação que impôs derrota ao governo foi a candidatura própria a governador do PSDB/PTB. O mesmo se deu com os deputados do PT e do PDT. Enfim, o imediatismo falou mais alto, negando ao povo gaúcho o direito de dizer se quer manter estatais as empresas referidas. Ora, o Plebiscito é um instrumento democrático de consulta direta. Portanto, foi antidemocrática a decisão da Assembleia.
Ouvindo pronunciamentos de deputados sobre o derrotado projeto em comento, anotei a frase mais pronunciada contra a privatização das três empresas: “CEEE, CRM e Sulgás não são moeda de barganha”. De fato, não devem ser. Mas isso não as transforma em superavitárias. Mas aí dizem que a Sulgás dá lucro. Bem, até pode, ainda que pífio. O problema é que não é função do Estado vender gás. Enfim, o que os políticos querem, mas não dizem, são os empregos delas para o ‘toma lá, dá cá’.
Quando o governador quis vender as estatais, PT/PC-B/Psol disseram que só poderia ser por plebiscito. Sartori aceitou. A partir daí, a desculpa, na qual embarcaram PSDB/PTB, foi o pouco tempo para o processo. Ora, poupem-me dessa!
A CEEE, nos últimos três anos teve o prejuízo de R$ 1,2 bilhão. Pior, se até 2020 não investir R$ 2,6 bilhões, o RS perderá sua concessão. Quer dizer, se o Estado não rever suas prioridades, que estatais não o são, continuará caminhando para trás.

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