O ministro da Justiça, José Eduardo
Cardozo, manteve encontros com advogados de empresários presos na Operação Lava-Jato.
Alguns públicos, outros privados. Nada contra encontros públicos. Já os
encontros privados, pela circunstância dos fatos, cheiram podridão. Por isso, o
ministro foi convocado a se explica perante o Congresso. Lá, menos pelo que ele
disse, mais pelo que não disse, satisfez. É que, assim como Cardozo fez de
conta que falou a verdade, os parlamentares fizeram de conta que acreditaram.
No caso, misturando alhos com
bugalhos, Cardozo ignorou que deve lealdade ao Estado, não ao governo. Conforme
Ricardo Pessoa, da UTC, preso na Operação Lava-Jato, o ministro fez de tudo
para que o empresário não aceitasse a delação premiada. Por quê? Porque
denunciaria, como denunciou, que carreara milhões de reais do Petrolão para do
PT, beneficiando Lula e Dilma.
No ponto, com as vênias dos que
pensam diferente, para mim a reunião entre ministro e advogados nada teve a ver
com o Petrolão. Eles discutiram, tão-só, o sexo dos anjos.
ANIVERSÁRIO DO PT
Faz poucos dias, o PT completou 35
anos. Um tanto envergonhada, sua cúpula comemorou. Sua militância, quase sumiu.
Não é para menos. O PT se dizia ser diferente. A ética era seu norte. Porém, ao
chegar ao poder, nivelou-se aos demais partidos. E se a polícia federal e o
ministério público conseguirem chegar nas profundezas dos governos Lula e
Dilma, se terá de dizer que o PT está alguns furos abaixo dos outros.
Quando da 1ª eleição do Lula, eu
dizia que se o líder sindical chegasse à presidência da República não haveria
tragédia alguma. Pelo contrário, o que faltava ao PT em quadros, sobrava-lhe em
honestidade. Passada sua lua de mel com o poder, digo que me enganei.
Até aqui, dois escândalos monumentais
foram revelados: o Mensalão e o Petrolão. Outros virão. Mas, o que mais choca é
ver que o PT, salvo exceções, ao invés de mostrar arrependimento e punir,
defende seus corruptos.
GOVERNO SARTORI
O Estado gaúcho está em frangalhos.
As minguadas fontes de recursos que tinha, foram usadas por Tarso. O que estava
ruim, pior ficou. Os cortes de secretarias e de cargos de confiança valem pelo
exemplo. No entanto, no enxugamento da máquina estatal é preciso mais. Por
exemplo, desativar as coordenadorias regionais da educação, saúde, obras etc.
Nelas, centenas de servidores, professores, inclusive, estão em desvio de
função.
Essas coordenadorias se justificavam
ao tempo em que uma ligação telefônica do interior com a capital demorava uma
semana. Ademais, os municípios, mediante convênio, poderiam suprir, com
vantagem, as tarefas ainda confiadas a essas repartições. Mas como são cabides
de emprego, o destino deles cabe no verso Luís de Camões: “Cessa tudo que a
antiga Musa canta // Que outro valor mais alto se alevanta”.
FORÇA DESCONHECIDA
Algumas
categorias profissionais recém estão descobrindo sua força. Uma delas, a dos
caminhoneiros. Interromperam o transporte rodoviário, comprometendo o
abastecimento de parte do país. O protesto é justo. Só que o nosso direito de
ir e vir é sagrado. E daí? Ora, “Quem pariu Mateus, que o embale”: a presidente
Dilma.
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