quarta-feira, 25 de março de 2015

VÍNCULO FAMILIAR

Teve gente que não gostou da matéria sobre o Aécio Neves que publiquei nesta coluna, na semana passada. Isso não me intimida. Ao que apurei, todos que não gostaram do que escrevi são defensores da Lei da Mordaça, travestidos de democratas.Mas também muita gente aplaudiu a hipótese de Santa Rosa vir a ser conectada política e afetivamente com Brasília.De minha parte, nada tenho a retificar. A história se faz com fatos fidedignos. Por outro lado, manifestar apoio a este ou àquele condidato depois das eleições, será tarde e falso. Lembro de um fato ocorrido no tempo das eleições indiretas, anos 70. O Amaral de Souza disputava, internamente, sua indicação ao presidente da República para, uma vez aprovado em Brasília, ser nomeado governador do Rio Grande do Sul. Querendo mostrar força, dirigiu-se aos diretórios municipais do PDS do Estado pedindo apoio à indicação do seu nome. O diretório de Tuparendi, querendo ficar de bem com o Amaral de Souza e também com os outros postulantes ao Palácio Piratini, respondeu que se ele viesse a ser o escolhido poderia contar com o apoio do partido do vizinho município. A resposta virou gozação. Ora, uma vez nomeado governador, Amaral de Souza não mais precisaria do apoio de Tuparendi; o contrário, sim.
                                           REELEIÇÃO
A reeleição para o Poder Executivo é uma experiência, a meu sentir, que não deu certo, em especial pelo desequilíbrio de forças que o sistema estabelece, em desfavor, é claro, de quem não está no poder. O chefe do Executivo, candidato a um novo mandato, não precisa, sequer, se desincompatibilizar para concorrer. Por óbvio, as armas dos concorrentes alheios ao poder são inferiores. Por outro lado, quem exerce um mandato tem o que mostrar, por mais pífia que tenha sido sua administração. A campanha eleitoral que se encerra com a eleição para presidente foi, a meu ver, a mais belicosa de todas. Em grande parte se deve à busca da reeleição pela Dilma, porque, quem está no poder, a ele se apega a ponto de transformar a eleição em questão de vida ou morte. A rigor, esse apego ao poder é uma defesa em causa própria pelo temor de que, passando o bastão para mãos inimigas, os malfeitos venham a ser passados a limpo. A reeleição foi instituída por FHC, em processo até hoje mal explicado. Para Aécio, como seria para Marina, a reeleição estaria com os dias contados. Para Dilma, não. O apelo ao poder está falando mais alto. Pelo menos é o que se extrai do pouco que os candidatos debateram sobre o tema. Acho que o ideal seria mandato de cinco anos, sem reeleição.
                                         DEMONIZAÇÃO
Os petistas, por conta das condenações no Mensalão, que levaram algumas das suas proeminências à cadeia, demonizaram o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo. Eu, no entanto, a respeito, digo que o relator do até aqui maior escândalo da história política brasileira só pode merecer elogios. Trata-se de cidadão que dignificou a cadeira que ocupou no STF. Não fosse ele, o resultado seria a absolvição dos mensaleiros pela clássica ‘insuficiência de prova’, tese sustentada pelos subservientes Tófoli e Lewandoski, felizmente derrotada. Agora, na inatividade, Joaquim Barbosa encaminhou a revalidação da sua Carteira de Advogado, um direito de todos os juízes aposentados. Pois o presidente da OAB/DF, condoído com José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, negou a expedição da Carteira! Que absurdo! Isso tem nome: inversão de valores, isto é, enquanto os larápios do dinheiro público são aplaudidos, o herói da batalha contra eles noSTF é execrado. Não tenho dúvida que, mantido o indeferimento à Carteira pela OAB/DF, Joaquim Barbosa irá buscá-la através de ação judicial. No entanto, causa indignação ver que corruptos, condenados com trânsito em julgado, têm seguidores e defensores, inclusive nos altos escalões do governo.
                                              SUCESSÃO

Se Dilma e Tarso não se reelegerem, respectivamente, presidente e governador, o quadro sucessório municipal local poderá sofrer influência, inclusive mudar o rumo. O Orlando, que desde o dia em que passou a ‘faixa prefeitural’ ao Vicini está em campanha à reeleição perdida, em 2012 fez das três estrelas conduzidas por um cometa, que saía de Santa Rosa, passava por POA e aterrissava em Brasília, a ideia central da sua candidatura. Ocorre que esse corpo do sistema solar com uma estrela cadente, perde força; com duas, sobra-lhe a cauda. 

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