terça-feira, 12 de janeiro de 2016

ABERTURA DE CASSINOS

O governo federal, para cobrir o rombo nas contas públicas por conta da gestão irresponsável da presidente Dilma, lança mão de ajuste fiscal, mas reluta em cortar gastos, como, aliás, é próprio dos governos populistas. Sem rodeios, é um pacote de aumento de impostos. Entretanto, há uma ideia, ainda em gestação no Palácio do Planalto, que tem meu apoio: a abertura de cassinos e outros jogos pela internet. 
O tema divide opiniões, muito por desinformação. O Brasil já teve cassinos legalizados. Foram oficializados por Getúlio Vargas, em 1933, estendendo-se seu funcionamento até 1946, quando Eurico Gaspar Dutra, com apoio da Igreja e de uma entidade chamada Associação dos Bons Costumes, os baniu da Pátria. Associados aos jogos, nos cassinos aconteciam shows com os grandes artistas da época: Carmen Miranda, Emilinha Borba, Dalva de Oliveira, Grande Otelo etc.
Foram, pois, 13 anos de impulso ao turismo, à economia e ao emprego. Há até um elemento histórico a respeito daquele período: só Poços de Caldas tinha 20 grandes cassinos, vindo, por isso, a ser chamada a cidade mineira de “Las Vegas brasileira”, uma referência à cidade norte-americana conhecida mundialmente pelos seus cassinos.
Os brasileiros deixam todos os anos milhões de reais nos cassinos da Argentina, Uruguai, Las Vegas etc. É dinheiro que poderia ficar aqui, além de atrair apostadores de outros países. Outrossim, vejo na proibição desinformação e uma dose de hipocrisia, haja vista que o governo brasileiro banca jogos de toda ordem (mega sena, loto fácil, quina etc). São quase 13.000 unidades lotéricas em mais de 5.500 municípios. Logo, qual é a diferença entre os jogos controlados pela CEF e aqueles que os cassinos viriam a promover? Nenhuma.
O mercado de cassinos movimenta bilhões de reais no mundo. Consequentemente, as receitas públicas, provenientes dos jogos de azar, também seriam polpudas. Os números movimentados em 2014 impressionam: Estados Unidos, R$ 1,8 trilhão; China, R$ 372 bilhões; Uruguai, R$ 912 milhões. Desses trilhões de reais, uma parcela significativa é de brasileiros, só que gerando empregos e desenvolvimento em terras alheias.
Mas não só. Se a ideia em comento vier a ser implantada aqui, o Brasil apenas estará legalizando uma atividade que existe na clandestinidade, por isso afugentando os turistas estrangeiros, de um lado, e servindo de alimento à corrupção, de outro. Também é bom lembrar que cassino é sinônimo de glamour. Logo, desperta o interesse dos famosos.
Por outro lado, reabertos os cassinos, os “vestais” da moral não serão obrigados a frequentar essas casas. Portanto, sem conflitos, muito menos confrontos, vamos levar em frente a ideia da reabertura dessas casas, tantas vezes suscitada nas últimas décadas, porém, sempre sufocadas por um falso moralismo.
O mensalão, o petrolão e outros tantos ilícitos que grassam no Brasil atual, não podem ser, e com certeza não são, debitados à conta dos cassinos que funcionaram de 1933 a 1946. Pelo contrário, os bons costumes pós 46 só se degradaram.

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