terça-feira, 12 de janeiro de 2016

OPERAÇÃO JALECO BRANCO

Mesmo sob os protestos dos médicos brasileiros, o programa Mais Médicos já despejou quase 12.000 médicos cubanos no Brasil. Os médicos estrangeiros estão espalhados pelo país, atuando, muitos deles (essa era a justificativa), nos confins do Brasil onde nunca antes suas populações tinham visto um jaleco branco, sequer, muito menos um profissional da saúde. Importa dizer que, para esses seres humanos desde sempre esquecidos, o pouco é tudo. Assim, o que menos importa para essas pessoas desassistidas é a qualificação dos profissionais alienígenas, também objeto de questionamento dos seus colegas daqui.
Outro motivo de indignação dos médicos brasileiros às importações, é porque seus colegas estrangeiros foram admitidos a trabalhar no país sem avaliação (revalida) perante o Conselho de Medicina, exigência sine qua non para os nativos. Já o governo federal nega privilégio e irregularidade nas contratações. No entanto, tal negativa deve ser recebida com reserva pela falta de credibilidade do governo federal.
Mas, apesar de sobradas razões para não confiar no atual governo central, quer por suas ações populistas e ideológicas, quer pela corrupção em que está mergulhado, acho, no mínimo, razoável, a política de importação de médicos. É que, para os carentes de tudo, um ombro amigo é muito mais do que um requintado consultório e/ou um médico PhD inacessíveis. Como me disse um médico, certa vez: “Com atenção e um chazinho, metade das doenças é curada.”
Não é primeira vez que trato desse assunto. Também não pretendia a ele voltar. No entanto, agora há um fato novo: a divulgação, pela TV Band, de um áudio de 50 minutos de reunião realizada dia 13-07-13, no Ministério da Saúde, presentes Maria Alice Barbosa Fortunato, pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), e Jean Keiji Uema, Consultor Jurídico do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, Assessor para Assuntos Internacionais, pelo governo federal, quando ficou claro o objetivo da importação: mandar dinheiro para a “democracia” castrista.
O áudio registra diálogo comprometedor. Maria Alice, preocupada com o possível vazamento de cláusulas do contrato, diz: “Se a gente coloca ‘governo cubano’, se nosso documento é público, qualquer pessoa vai entender que a gente está driblando a coisa de fazer acordo bilateral e pode dar uma detonada.” Depois, ante a imposição de Cuba em incluir um coordenador para cada 300 médicos, Maria Alice ensina como enganar: “Um médico deles vai fazer a supervisão ... Eu não vou colocar ‘médico coordenador de brigada cubana’. Se são 9.000 médicos e 50 assessores, eu vou colocar 9.050 médicos bolsistas.” Por fim, o assessor Kleiman informa a distribuição dos valores pagos pelo Brasil: “O Marco Aurélio voltou hoje de uma reunião (em Cuba): 60% para Cuba e 40% para o médico.”
Ora, tratando-se de contrato público, a transparência se impõe. Logo, por que de cláusula de confidencialidade? Para encobrir maracutaia. Logo, o Mais Médicos poderá dar mais “Pano Prá Manga”. Basta que a PF e o MPF entrem no caso como entraram no Mensalão e no Petrolão. Até sugiro o nome, já que a polícia, pela quantidade de escândalos que apura, poderá estar com o repertório esgotado: Operação Jaleco Branco.  Mais Médicos, mais um programa do governo contaminado por interesses escusos.

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