terça-feira, 12 de janeiro de 2016

ADEUS ANO VELHO, FELIZ ANO NOVO

No apagar das luzes de 2015, muitos fazem o seu balanço. Sem maior pretensão, faço o meu. Por óbvio, suscitar tudo quanto de bom e, principalmente, de ruim aconteceu no Estado, no Brasil e no Mundo, não é tarefa fácil. Ademais, seria necessário mais espaço e alguém com talento que ocupasse a coluna. No País, a enxovalhar as autoridades deste século, destaco a apuração ainda em andamento de mais um escândalo no seio do governo federal. Antes fora o Mensalão do PT. Agora, a ponto de colocar em xeque a Petrobras, o Petrolão. Mas como estou fazendo um balanço, ao lembrar monumentais escândalos, conforta-me constatar, e isso é positivo, que figuras tidas como intocáveis estão vendo ou em breve passarão a ver o sol nascer quadrado. 
Também como positivo a atuação da PF e do MPF. Essa conjugação exitosa tem no topo um juiz com a determinação do Joaquim Barbosa (Mensalão), o Dr. Sérgio Moro. Para mim, “o cara”. Ainda por culpa governamental, o País foi rebaixado à humilhante condição de País caloteiro. Tudo grave, porém, não dá para esquecer a lama que sujou o Brasil - a tragédia ecológica de Mariana (MG), um crime previsível. Logo, além das mortes de pessoas, de um rio e de espécies de peixes, animais e plantas, resta claro que a tragédia se deu pela: 1º) ganância, 2º) menosprezo às vidas humana, aquática e florestal e 3º) omissão.
No plano internacional, o destaque negativo é o Estado Islâmico. Embora não reconhecido pela ONU como tal, e sem governo e sem leis, seus dirigentes se autodenominam sucessores de Maomé. Sua Constituição é o Alcorão, que interpretam a seu modo (fundamentalista). A área que ocupam é um califado com 190 mil Km2 da Síria e do Iraque, na qual querem fixar os muçulmanos do mundo. E mais, a preocupar. Projetam dominar o Oriente Médio, o Norte da África e parte da Europa. Portanto, o atentado de Paris foi apenas o começo. É que, para quem mata em nome de Deus, o céu é o limite. 
No Estado, à soma de tantos problemas recorrentes, acrescente-se a adulteração do leite por escrupulosos do setor, porquanto nociva e desumana. Em suma, nos balanços federal e estadual, aqui a intoxicação pelo leite; lá, as mãos sujas de petróleo. De positivo, saber que empresários e políticos, que apostaram na impunidade, estão dando com os burros n´água. Também positivos, de efeito muito mais moral do que econômico, (a) o freio às pensões de ex-governadores; (b) a Lei de Responsabilidade Fiscal. Parafraseando Armstrong, são dois pequenos passos para os gaúchos, mas um salto para a moralidade. Todavia, Sartori fica devendo a extinção do Tribunal Militar, sustentado, tão-só, pelo corporativismo. 

Por fim, o governo central. Lá, a ética atingiu um nível de degradação que levou Teori Zavascki a dizer que “ao puxar uma pena, vem uma galinha”. Com a licença do ministro, acrescento: ao puxar uma pena, vem um galinheiro. Por isso, às pessoas de bem, toda a felicidade do mundo, mesmo que traduzida em gesto fugaz como ver o Japa (Newton Ishii) algemar “honoráveis” ladrões. Já àqueles que mentiram para se (re)eleger; pedalaram; sujaram as mãos; transformaram coisa pública em “cosa nostra” - que tenham crise de consciência. Por impulso, deveria desejar-lhes mais. Por exemplo, sujeição à Lei de Talião. No entanto, bafejado por racional misericórdia, imponho-me esse limite. 

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