No
apagar das luzes de 2015, muitos fazem o seu balanço. Sem maior pretensão, faço
o meu. Por óbvio, suscitar tudo quanto de bom e, principalmente, de ruim
aconteceu no Estado, no Brasil e no Mundo, não é tarefa fácil. Ademais, seria
necessário mais espaço e alguém com talento que ocupasse a coluna. No País, a
enxovalhar as autoridades deste século, destaco a apuração ainda em andamento
de mais um escândalo no seio do governo federal. Antes fora o Mensalão do PT.
Agora, a ponto de colocar em xeque a Petrobras, o Petrolão. Mas como estou
fazendo um balanço, ao lembrar monumentais escândalos, conforta-me constatar, e
isso é positivo, que figuras tidas como intocáveis estão vendo ou em breve
passarão a ver o sol nascer quadrado.
Também
como positivo a atuação da PF e do MPF. Essa conjugação exitosa tem no topo um
juiz com a determinação do Joaquim Barbosa (Mensalão), o Dr. Sérgio Moro. Para
mim, “o cara”. Ainda por culpa governamental, o País foi rebaixado à humilhante
condição de País caloteiro. Tudo grave, porém, não dá para esquecer a lama que
sujou o Brasil - a tragédia ecológica de Mariana (MG), um crime previsível.
Logo, além das mortes de pessoas, de um rio e de espécies de peixes, animais e
plantas, resta claro que a tragédia se deu pela: 1º) ganância, 2º) menosprezo
às vidas humana, aquática e florestal e 3º) omissão.
No
plano internacional, o destaque negativo é o Estado Islâmico. Embora não
reconhecido pela ONU como tal, e sem governo e sem leis, seus dirigentes se
autodenominam sucessores de Maomé. Sua Constituição é o Alcorão, que
interpretam a seu modo (fundamentalista). A área que ocupam é um califado com
190 mil Km2 da Síria e do Iraque, na qual querem fixar os muçulmanos do mundo.
E mais, a preocupar. Projetam dominar o Oriente Médio, o Norte da África e
parte da Europa. Portanto, o atentado de Paris foi apenas o começo. É que, para
quem mata em nome de Deus, o céu é o limite.
No
Estado, à soma de tantos problemas recorrentes, acrescente-se a adulteração do
leite por escrupulosos do setor, porquanto nociva e desumana. Em suma, nos
balanços federal e estadual, aqui a intoxicação pelo leite; lá, as mãos sujas
de petróleo. De positivo, saber que empresários e políticos, que apostaram na
impunidade, estão dando com os burros n´água. Também positivos, de efeito muito
mais moral do que econômico, (a) o freio às pensões de ex-governadores; (b) a
Lei de Responsabilidade Fiscal. Parafraseando Armstrong, são dois pequenos
passos para os gaúchos, mas um salto para a moralidade. Todavia, Sartori fica
devendo a extinção do Tribunal Militar, sustentado, tão-só, pelo
corporativismo.
Por
fim, o governo central. Lá, a ética atingiu um nível de degradação que levou
Teori Zavascki a dizer que “ao puxar uma pena, vem uma galinha”. Com a licença
do ministro, acrescento: ao puxar uma pena, vem um galinheiro. Por isso, às
pessoas de bem, toda a felicidade do mundo, mesmo que traduzida em gesto fugaz
como ver o Japa (Newton Ishii) algemar “honoráveis” ladrões. Já àqueles que
mentiram para se (re)eleger; pedalaram; sujaram as mãos; transformaram coisa
pública em “cosa nostra” - que tenham crise de consciência. Por impulso,
deveria desejar-lhes mais. Por exemplo, sujeição à Lei de Talião. No entanto,
bafejado por racional misericórdia, imponho-me esse limite.
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