terça-feira, 12 de janeiro de 2016

DO APLAUSO À INDIFERENÇA

Nem sempre a punição, materializada em condenação do réu, é o castigo mais sentida pelo infrator. Às vezes, o próprio crime transforma-se em punição contra seu autor. Por exemplo, quando um pai, conduzindo seu carro de forma irresponsável, se envolve em acidente vitimando o próprio filho. Nessa hipótese, nenhuma punição legal se sobrepõe àquela emanada do juízo da própria consciência do infrator. Quer dizer, nem sempre o julgamento que se dá nos tribunais coincide com aquele proferido no recôndito da privacidade.Também é assim na vida política. Alguns políticos, quando longe do poder, têm solução para tudo. Ao ascenderem ao poder, encontrando conjuntura favorável, nadam de braçada. Envaidecidos, passam a dar lições ao mundo. Só que a glória alicerçada em pilares de areia, é fugaz. Logo, da contestação tímida, ao início, à rejeição, é um passo.
É assim o momento atual de Lula, Dilma e seus asseclas. O PT, no governo, transformou tudo em “antes e depois de nóis” (nós). Mas o castigo veio. Não por acaso, o partido está sendo abandonado, inclusive por fundadores, como: (1) Hélio Bicudo (jurista emérito), que diz “eu conheci o Lula numa casa de 40 metros quadrados. Hoje, o Lula é uma das grandes fortunas do país. Ele e os seus filhos"; (2) Marcos Rolin (sociólogo), que diz “o PT virou um partido vocacionado ao oportunismo”; (3) Vladimir Palmeira (ex-líder estudantil, professor universitário) que diz “Lula e o PT traíram os brasileiros”. Observem que omito Marta Suplicy. Tenho que a senadora ao se filiar ao PMDB por “abominar as roubalheiras do governo”, é uma oportunista. PMDB e PT, a nível nacional, são farinha do mesmo saco.
Lula roubou a esperança de milhões. Embora sobrevivente da seca no Nordeste, da miséria em SP, do Regime Militar de 1964, da perda de um dedo em acidente, de três derrotas presidenciais, faltam-lhe princípios. Ele se encaixa na ironia do comediante americano Groucho Max: “esses são os meus princípios, mas se você não gosta deles, tenho outros”.
A falta de ética é a marca do Lula. Observe-se: (1) ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, pediu que abortasse o Impeachmet contra Dilma; (2) a um senador que, em 2006, o procurou para dizer que Marcos Valério queria dinheiro para calar-se no Mensalão, mandou procurar Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula. Valério calou-se; (3) não vê nada demais seu filho mais velho ter enriquecido durante seu mandado presidencial; (4) achou normal falar secretamente com Gilmar Mendes, do STF, sobre o Mensalão em pleno julgamento do escândalo; (5) ainda sobre o Mensalão, matriz do Petrolão, primeiro negou tudo, depois o definiu como Caixa 2. Não só. Milhões de reais, de origem criminosa, irrigaram as campanhas presidenciais dele e da Dilma, mas para eles e o PT foram doações legais, como se o legal lavasse a ética. Já Dilma, pelo projeto de poder do PT, mergulhou o país em crises econômica e ética. Porém, enganar todos por todo tempo, é impossível. Daí a rejeição ao governo, hoje, ser de 90%. 
Meu pai, semianalfabeto, mas de princípios, dizia: “quem rouba um palito de fósforo, rouba uma caixa inteira”. Se vivo, seu Benjamin diria: para quem definiu o Mensalão do PT como Caixa 2, saquear a Petrobras é apenas o aperfeiçoamento de um crime de lesa-pátria.

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