terça-feira, 12 de janeiro de 2016

CONCERTOS E CONSERTOS

A humanidade consciente dos seus direitos e obrigações vive em estado de apreensão cada vez maior, por conta da enxurrada de mazelas que sobre ela se abatem, como: terrorismo, desrespeito aos direitos humanos, aumento da pobreza, abandono de incapazes, precariedade da saúde e da educação, terrorismo, agressão ao meio ambiente, banalidade da vida etc. Todas no mesmo nível corrosivo, porém, a que mais avança mundo afora é a corrupção, e nesse item, o Brasil ocupa lugar de destaque. Seu ranking nada elogiável, ?melhorou?. Quer dizer, ostenta um título nada honroso entre as nações civilizadas.
Nesse avanço, que não surpreende, muito menos para aqueles que já passaram do meio dia da vida, o que dá alguma esperança de futuro é que, de tempos em tempos, surgem luzes em meio a tantas trevas a mostrarem os caminhos aos descaminhos. Ah, para que não me chamem de idiota além do que sou, antecipo que não estou falando das trevas que religiões pregam com o intuito de jogar no inferno todos que não se abeberam de sua bíblia ou, mais precisamente, de torta interpretação bíblica. Estou falando de luz, tênue, é verdade, que em meio à noite escura é fagulha que ilumina.
No Brasil, além do Mensalão, já apurado, e do Petrolão, em vias de apuração, outros escândalos, para usar linguagem turfista, estão nas caixas pedindo abertura das tampas para a largada nos cascos trepidantes. Em ambos os casos, o Ministério Público e a Polícia Federal foram decisivos. Desvendarem os caminhos tortuosos empreendidos inclusive por ?honoráveis? bandidos. Já o Judiciário se robusteceu com o destemor do ministro Joaquim Barbosa, no primeiro processo, e do Juiz Sérgio Moro, no segundo.
Joaquim e Sérgio são pequenas lamparinas. É verdade que esses faróis, comparados aos fachos de luz que mascaram a corrupção, são pálidos lumes. Mas, ainda assim, ambos conseguiram punir até então proeminentes e apontar caminhos. Os dois magistrados, tal qual Miguel de Cervantes (Dom Quixote de La Mancha), devem ser reconhecidos como cavaleiros sonhadores lutando contra os vícios da humanidade.
A corrupção é uma praga tão antiga que não se sabe sua data de nascimento. Sabe-se, todavia, sem dar carta de alforria aos brasileiros, que não nasceu no Brasil. Mas aqui se desenvolve como abóbora em terra hortada. Hoje, está em todo mundo. No entanto, é na terra de Pindorama, a partir de Lula na presidência da República, que a corrupção atingiu níveis nunca antes imaginados.
Já, às constantes agressões ao meio ambiente, outro grave problema mundial, também uma pequena luz se acendeu. Os líderes do G-7, reunidos na Alemanha, decidiram reduzir, até 2050, de 40% a 70% as emissões de gases de efeito estufa. No entanto, questiona-se, por que esperar mais 35 anos, se o Planeta agoniza? Por que os rios continuam cloacas do homem? Por que o desmatamento avança? Por que agrotóxicos, alguns condenados nos países de origem, continuam disponíveis?
Enfim, enquanto Joaquim Barbosa e Sérgio Moro da corrupção fazem consertos, os corruptos com ela fazem concertos. Enquanto a vida pede socorro, problemas que agridem o meio ambiente são tratados como se fossem coisa dos outros.

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