terça-feira, 12 de janeiro de 2016

FECHANDO O CERCO

A Operação Lava Jato está se aproximando de Lula, Dilma, José Dirceu e outras figuras públicas. Importa dizer que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal estão chegando nos responsáveis maiores pelo escândalo da Petrobras, por ação ou omissão. Na época do Mensalão, o ex-presidente foi blindado. Além disso, gozava de alto prestígio. Hoje, não. Não é chefe do Executivo, sua sucessora vai de mal a pior, o seu partido virou uma caricatura e a credibilidade dos que se achavam donos da verdade, virou pó.
Lula, porém, é muito esperto. Novamente repete a bem sucedida estratégia do Mensalão: negar sempre. É a desculpa do marido infiel que, flagrado beijando sua amante, jura para a esposa que estava apenas fazendo respiração boca-a-boca a fim de promover a ressuscitação de moça com parada respiratória. Outra desculpa é condenar os vazamentos da PF e do MPF. Para ele, crime é o vazamento da notícia, não a roubalheira. Ora, essas instituições não estão inventando . Estão apenas cumprindo suas obrigações, com a munição que os corruptos perderam no caminho.
Já o ministro José Eduardo Cardozo, da Justiça, em intromissão à independência dos poderes, se rebelou contra a prisão dos diretores da Odebrecht e da Andrade Guterrez. Por quê? Pelo temor que, em delação premiada, a verdade venha a ser desnuda. Aliás, parte da operação criminosa já consta da delação feita por Ricardo Pessoa, o chefe do “clube dos empreiteiros” junto à Petrobras. Em cinco dias, descreveu como “financiou” gente graúda, inclusive as campanhas eleitorais do Lula, em 2006, e da Dilma, em 2014. Enfim, muita gente está perdendo o sono com a Operação, porquanto alguns presos, que são verdadeiras bombas-relógios, se quebrarem o silêncio, provocarão tsunamis.
A propósito, Marcelo Odebrecht, do presídio, mandou um bilhete manuscrito à sua empresa, a Odebrecht, ordenando que “destruísse” uma correspondência. Como a mensagem foi interceptada, diz que “destruir não é desfazer”, mas sim “esclarecer”. Inventa outra, Marcelo! No caso, destruir é evitar que mensagem comprometedora venha à tona. O resto é balela.
Agora, ante o avanço a apuração do Petrolão e do fracasso do governo Dilma, Lula tenta se descolar do escândalo e da sua sucessora. Diz que a “Dilma está no volume morto e o PT abaixo do volume morto”. Uma farsa. Lula e Dilma são risco da mesma espora.
Já, sobre a delação premiada, a senhora Dilma, nos EUA, disse que “não respeita os delatores”. De fato, desqualificá-los é a melhor defesa. Só que comete contradição, posto que o Instituto, introduzido no país pela Lei 12.850, foi sancionada pela atual presidente.

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